Um passeio no tempo: 24 horas no Egito Antigo com um embalsamador de múmias

Estamos no antigo Egito, meu nome é Nesperenub, moro na cidade de Tebas e tenho 12 anos. Por alguns anos eu fui cortado “Trança Infantil”, o que significa que não sou mais uma criança. E, de fato, já tenho um trabalho importante: sou padre embalsamador. Hoje, como sempre, levantei-me de madrugada e saudei o Sol: «Apareces perfeito no horizonte, ó Aton vivo!». Depois de escovar os dentes com água e natrão, um sal natural, vesti a minha tanga de linho e depois, com um pão de espelta debaixo do braço, o meu almoço, fui trabalhar.

DOIS PASSOS PARA A CIDADE

cruzando o mercado Vejo que já está animado: no antigo Egito, homens e mulheres, vestidos com túnicas simples e sandálias feitas de fibras de palmeira, arrumam suas mercadorias sobre as esteiras. As crianças, completamente nuas, brincam com bolinhas de gude de barro, bolas de trapo ou se perseguem com zarabatanas. Eles ainda têm a “trança de infância”, o único fio de cabelo que resta no crânio raspado. Eu, por outro lado, gosto de todos sacerdotes do antigo Egito raspar da cabeça aos pés, incluindo cílios e sobrancelhas.

DE BARCO NO NILO

Caminho com segurança por um intrincado emaranhado de vielas e chego ao templo de amon, o deus supremo. Dali, em poucos minutos, estou na margem do Nilo e um barqueiro me leva até a margem esquerda. Eu tenho que chegar à parte ocidental de Tebas, o reino das “mansões de milhões de anos” onde, em um lugar à beira do deserto chamado Vale do Rei, os faraós dormem seu sono eterno. A água do rio corre lenta e turva sob o barco: não muito longe vejo caçadores de hipopótamos capturando e matando suas presas. Quando chego à praia, o ar já está quente, mas já estou acostumado porque trabalho aqui, nas oficinas de pedra e tijolo ao longo do rio. Niloque nós egípcios chamamos wabetque é “lugar puro”.

UM TRABALHO DO PACIENTE

Estou preparando meu primeiro mamãe: é o de Tutancâmono menino que se tornou faraó do antigo Egito aos 9 anos e reinou até os 18 anos. Estou trabalhando em seu corpo há 70 dias, junto com os outros embalsamadores, seguindo as instruções do sumo sacerdote do deus anúbisque nos observa usando a máscara com cabeça de chacal, símbolo da divindade protetora dos mortos.

COMO VERDADEIROS CIRURGIÕES

Primeiro lavamos o falecido, depois extraímos os órgãos internos: o cérebro é removido com um fio pela narina esquerda enquanto o coração, fígado, estômago, pulmões e intestino são extraídos com as mãos nuas de um corte feito à esquerda. lado.

A SEDE DA ALMA

O cérebro é jogado fora, o resto é seco com sais de natrão e envolto em pano: o coraçãoque assento da alma, é devolvido ao seu lugar no corpo de Tutancâmon; os demais órgãos, ao contrário, são colocados no copas, quatro vasos que mais tarde serão colocados na sepultura ao lado do falecido. Agora é hora de lavar novamente o corpo usando o vinho de palma como desinfetante e revesti-lo também com natrão, para secá-lo. Após quarenta dias, o faraócompletamente seco, é limpo e pulverizado à vontade com óleos, resinas e cera de abelha antes de ser embrulhado em linho.

A MÚMIA TOMA FORMA

Há duas semanas que o envolvemos com cuidado, usamos centenas de metros de bandagens alternar com mortalhas de linho bem embrulhadas (para manter a forma do corpo) e endurecido com resina. Além disso, entre as bandagens, inserimos pelo menos 150 amuletos que protegerá o falecido na vida após a morte. Agora, enquanto o sol está se pondo, prendo a respiração: um último curativo em volta da cabeça do faraó e voilá! Amanhã de manhã o sumo sacerdote colocará uma máscara de ouro no rosto da múmia, a colocará em três sarcófagos um dentro do outro, e os ritos fúnebres começarão em frente ao túmulo. É hora de eu ir para casa também, descansar: boa viagem Tutancâmon.

O POVO DAS PIRÂMIDES

Os antigos egípcios, famosos pelas pirâmides, viviam em uma estreita faixa de terra ao longo das margens do Nilo, em uma área entre o Mar Mediterrâneo e o atual Sudão. Eles foram originalmente divididos em dois reinos: Baixo Egito
(ao norte) e Alto Egito (ao sul). Então, por volta de 3.200 aC (mais de 5.000 anos atrás!), o rei Menes os unificou e, desde então, um faraó governa todos eles. A escala social. Em vida os sacerdotes ocupavam o lugar logo abaixo do soberano, que era uma divindade; depois havia os escribas, os militares, os artesãos, os fazendeiros e a massa de escravos. A religião era muito importante e todos acreditavam em uma nova vida após a morte.

ESPERANDO A ALMA

Os egípcios pensavam que os deuses permitiriam que as almas das pessoas honestas volte a entrar no seu corpo: por isso guardavam os cadáveres embalsamando-os e depositavam na tumba as coisas que acreditavam ser úteis para eles no Mundo Inferior. Incluindo, para os ricos, as estatuetas de seus servos escravos. Tutancâmon, o faraó criança, subiu ao trono do Egito em 1332 aC. c.